Uma equipa de investigação examinou como o aumento das chuvas no Árctico está a causar mudanças significativas – e as consequências estão mais próximas do que algumas pessoas pensam.
O que está acontecendo?
Os cientistas usaram simulações de modelos climáticos para estudar como o recuo do gelo marinho afeta os padrões de chuva no verão. Os resultados, publicados na revista Geophysical Research Letters, concluíram que as chuvas aumentariam 17% se as temperaturas globais subissem 2 graus Celsius (3,6 graus Fahrenheit) acima dos níveis pré-industriais, sendo 16% do aumento atribuível ao recuo do gelo marinho.
Isto ocorre porque o derretimento do gelo marinho está alterando o efeito da “calota fria branca”, enfraquecendo a capacidade da região de refletir a radiação solar e, assim, empurrando o Ártico para um ciclo hídrico mais quente e “dominado pela chuva”, de acordo com uma análise da Academia Chinesa de Ciências (CAS) publicada no Phys.org.
Cientistas do Instituto Noroeste de Ecoambiente e Recursos, da Universidade Normal de Pequim e da Universidade da Academia Chinesa de Ciências também participaram do estudo.
Por que isso é importante?
O primeiro autor, Yang Jiao, explicou que no Ártico, os animais que dependem do gelo marinho para alimentação e abrigo, como as renas e os ursos polares, “enfrentarão uma crise de sobrevivência”, relata o Phys.org. Estas crises perturbariam o equilíbrio ecológico da região, que é crucial para limitar a propagação de doenças e apoiar a cadeia alimentar.
E o que acontece no Ártico não ficará no Ártico. Estudos demonstraram que o aumento das chuvas acelerará o derretimento do permafrost, libertando gases adicionais que aquecem o planeta.
Embora os fenómenos meteorológicos extremos ocorram naturalmente – e não possam estar exclusivamente ligados ao aquecimento do planeta porque, segundo a NOAA, o clima é influenciado por factores complexos – a actividade humana bombeia milhares de milhões de toneladas de gases que retêm calor para a atmosfera todos os anos.
O consenso científico diz que isso levou a condições climáticas extremas mais intensas. A nível interno, isto poderá significar prémios de seguro altíssimos, escassez de bens básicos e um maior risco de cortes de energia.
O que está sendo feito sobre isso?
Os cientistas acreditam que os seus conhecimentos sobre esta questão climática crítica poderão ajudar a desenvolver modelos de previsão meteorológica mais precisos no Ártico.
“Este estudo não só avança a nossa compreensão dos processos de aquecimento e humedecimento do Ártico, mas também estabelece um modelo quantitativo de relação de ‘precipitação do gelo marinho’, fornecendo uma ferramenta poderosa para melhorar a capacidade de prever condições meteorológicas extremas e eventos climáticos no Ártico”, disse Yang, de acordo com Phys.org.
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