Santander registra lucro recorde de €3,4 bilhões no primeiro trimestre de 2025

O Banco Santander iniciou 2025 com um desempenho financeiro excepcional, alcançando um lucro líquido atribuído recorde de 3,402 bilhões de euros no primeiro trimestre — um aumento de 19% em relação ao mesmo período do ano anterior. O crescimento foi impulsionado principalmente por receitas recordes com comissões, além da redução de custos operacionais, conforme informou a instituição nesta quarta-feira.

Durante o trimestre, o banco também expandiu sua base de clientes, somando nove milhões de novos correntistas e atingindo um total de 175 milhões de clientes globalmente.

O crescimento de 19% também reflete um efeito de base favorável: no primeiro trimestre de 2024, o banco havia registrado integralmente o imposto extraordinário sobre lucros na Espanha, no valor de 335 milhões de euros. Em contraste, em 2025, esse tributo foi contabilizado de forma parcelada, com apenas 87 milhões de euros reconhecidos no trimestre.

A receita total cresceu 1% em termos nominais e 5% em euros constantes, totalizando 15,537 bilhões de euros. Esse avanço foi puxado pelas comissões líquidas, que cresceram 4% e atingiram 3,369 bilhões de euros, o maior valor já registrado. Já a margem financeira apresentou queda de 5%, ficando em 11,378 bilhões de euros.

A taxa de eficiência melhorou 0,8 ponto percentual, alcançando 41,8%, resultado da transformação digital promovida pelo grupo. A substituição de tecnologias antigas por plataformas globais, como o sistema bancário em nuvem próprio do Santander (Gravity), contribuiu para economias acumuladas próximas de 500 milhões de euros desde dezembro de 2022.

As provisões para perdas com crédito mantiveram-se praticamente estáveis, com aumento de apenas 1%, sustentadas pela “sólida” qualidade dos ativos. O custo do risco caiu para 1,14%, refletindo um desempenho positivo da maioria das unidades de negócio. A inadimplência também melhorou, caindo 0,1 ponto percentual e atingindo 2,99% — o menor índice em mais de 15 anos.

O índice de capital CET1 “phased-in” subiu para 12,9%, 0,6 ponto percentual acima do registrado um ano antes, posicionando-se na faixa superior da meta operacional de 12% a 13%. Segundo o banco, o avanço se deve à forte geração orgânica de capital, além de efeitos positivos que compensaram os impactos de remuneração ao acionista e outros encargos.

Ao fim do trimestre, o retorno sobre o capital tangível (RoTE) atingiu 15,8% (excluindo AT1), o lucro por ação foi de 0,21 euro — uma alta de 26% — e o valor contábil tangível por ação (TNAV) chegou a 5,46 euros.

Está previsto para 2 de maio o pagamento de um dividendo de 0,11 euro por ação, referente aos lucros de 2024. Com isso, o total distribuído com base no exercício de 2024 será de 0,21 euro por ação, 19% acima do ano anterior.

Além disso, dois programas de recompra de ações referentes a 2024 somam cerca de 3,1 bilhões de euros. Desde novembro de 2021, o Santander já recomprou 14% de suas ações em circulação. A remuneração total aos acionistas com base nos resultados de 2024 alcançará aproximadamente 6,3 bilhões de euros.

Metas para 2025

A instituição reafirmou suas metas para 2025, que incluem: receitas em torno de 62 bilhões de euros; crescimento de comissões em dígito médio-alto (em euros constantes); redução de custos em relação a 2024; custo de risco ao redor de 1,15%; índice CET1 em 13%; e RoTE pós-AT1 de aproximadamente 16,5%.

“Temos mostrado, há algum tempo, que em momentos desafiadores conseguimos superar nossos concorrentes, graças à diversificação do grupo, que atua como um estabilizador. Por isso, seguimos firmes no caminho para cumprir nossas metas de 2025, incluindo o crescimento de dois dígitos do TNAV mais dividendo por ação e um RoTE próximo de 16,5% pós-AT1. Nosso objetivo é gerar mais retorno ao acionista, por isso pretendemos distribuir até 10 bilhões de euros em recompras de ações com base nos lucros de 2025 e 2026 e através da distribuição do capital excedente”, afirmou a presidente do grupo, Ana Botín.

Resultados por região

Na Espanha, o lucro chegou a 1,147 bilhão de euros no trimestre, com crescimento expressivo de 48,6%, apesar da queda de 2% na margem financeira. As comissões líquidas, por outro lado, subiram 2,9%, totalizando 767 milhões de euros.

No Reino Unido, o lucro caiu 6,7% em euros nominais, chegando a 285 milhões de euros. Em Portugal, houve retração de 8,2%, com lucro de 278 milhões. Na Polônia, o banco registrou crescimento de 11,4%, atingindo 237 milhões de euros, enquanto nos Estados Unidos o lucro avançou 49,1%.

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