Os futuros das ações norte-americanas dispararam na noite de segunda-feira após o anúncio do ex-presidente Donald Trump de adiar para julho a imposição de tarifas de 50% sobre todos os produtos da União Europeia, inicialmente previstas para entrar em vigor em junho. A decisão visa abrir espaço para negociações com o bloco europeu.
Os contratos futuros do índice Dow Jones Industrial Average subiram 1%, enquanto os futuros do S&P 500 avançaram 1,1%. Já os contratos atrelados ao Nasdaq 100, fortemente influenciado por empresas de tecnologia, tiveram alta de 1,2%.
Essa valorização veio na esteira do comunicado feito por Trump no domingo, informando que o novo prazo para a aplicação das tarifas será 9 de julho. A decisão ocorreu após um pedido da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que afirmou em publicação na rede social X que a UE está pronta para conduzir negociações rápidas e eficazes.
Na sexta-feira anterior, a promessa de Trump de implementar tarifas de 50% provocou queda nos mercados, mas o feriado do Memorial Day nos EUA adiou as reações completas dos investidores. Na semana passada, os três principais índices de Wall Street fecharam em baixa de pelo menos 2%, em meio às incertezas sobre tarifas e preocupações com a dívida pública americana.
Enquanto isso, os mercados da Ásia-Pacífico fecharam majoritariamente em queda nesta terça-feira, à medida que investidores da região reagiam ao adiamento das tarifas sobre a União Europeia. Houve perdas nos principais índices do Japão, China, Coreia do Sul e Índia. A exceção foi a bolsa australiana, cujo índice ASX 200 encerrou o dia com leve valorização.
Além das tensões com a Europa, Trump voltou suas críticas ao setor de tecnologia na sexta-feira, anunciando uma tarifa de 25% sobre todos os smartphones importados. Ele pediu publicamente que empresas como Apple e Samsung transferissem suas fábricas para os Estados Unidos.
Agora, os investidores voltam suas atenções para uma semana carregada de indicadores econômicos. Estão previstos relatórios sobre pedidos de bens duráveis, dados do setor imobiliário e índices de confiança do consumidor. Também são aguardados discursos de membros do Federal Reserve, que devem reforçar a manutenção das taxas de juros, conforme indicações anteriores.
Outro ponto que deve movimentar o mercado é o projeto de reforma tributária proposto por Trump, que passou por pouco na Câmara dos Representantes dos EUA na semana passada e continua gerando controvérsia entre os analistas políticos e econômicos.
Com o cenário internacional ainda instável, o alívio momentâneo oferecido pelo adiamento das tarifas pode ser passageiro, mantendo os investidores em alerta nas próximas semanas.